Há mais ou menos sete meses, eu estava na igreja, fazendo a decoração
para a festa da nossa banda. Era uma tarde insuportavelmente quente, lógico,
era verão. Lembro que levei alguns louvores para ouvir, enquanto preparava cada
detalhe das coisas. O som estava alto o suficiente para se ouvir da rua. De
repente, uma moça parou em frente à igreja com um carrinho de sorvetes. Eu
acreditei que ela queria oferecer sorvetes, mas ela deixou o carrinho e entrou
na igreja vagarosamente. Eu me levantei e fui encontrá-la, para saber o que
queria. Então ela me disse “Paz, irmã. Tem culto agora?”, respondi-lhe que não
e contei o que estava fazendo ali. Logo ela me disse “A senhora pode orar por
mim?”, falei que sim e oramos.
Na verdade, eu não sabia o que estava acontecendo com ela, mas orei.
Simplesmente orei, como alguém que talvez não tivesse nada além de sua fé do
tamanho de um grão de mostarda, mas que pedia a Deus “aquilo que pedimos com
fé, crendo nós receberemos, como diz na tua palavra, Senhor”. Depois da oração
ela contou-me alguns de seus problemas. Dentre eles, havia um que pesava mais
que sua situação financeira, mais que o fato de estar longe da sua família, bem
mais. O conselho tutelar havia tirado de seus braços seu filhinho de quase 2
anos, pois ela e seu esposo não tinham condições de criá-lo. Enfim, eu chorei
muito. Tentei, sem experiência alguma para aquilo, confortá-la através da
palavra de Deus. Ela me disse que sempre passava por meu bairro, especialmente
na frente da minha igreja e que ela sempre estava fechada. Quando, desta vez, a
viu aberta, sentiu que deveria entrar.
Depois de conversarmos um pouco, convidei-lhe para vir à festa,
comprei uns picolés, ela se despediu e seguiu trabalhando abaixo do sol forte. Eu
comentei isto com os jovens, alguns dias depois, quando pedi que alguém fizesse
a oração para começar ou terminar a nossa reunião, não lembro bem, e alguns não
aceitaram o pedido.
Hoje, lembrei desse dia, ao assistir ao filme “Cartas pra Deus”. Com
certeza foi um dia muito marcante na minha vida. Não por ter feito uma oração
por alguém. É que me fez lembrar um outro dia. O último dia em que estive com
minha avó materna. Ela veio até o hospital e nós, minha mãe, minhas tias e eu,
aguardávamos o resultado de seus exames. Minha avó tinha sofrido alguns anos
por conta do câncer e agora, depois de sua suposta cura, estava sentindo dores
fortes. Esperávamos que fosse alguma doença alternativa, mas infelizmente
recebemos a notícia de que o câncer havia tomado conta de quase todos os seus órgãos.
Eles estavam praticamente se deteriorando e sendo expelidos através de sua
urina.
Eu estava chorando na frente do hospital e ela dentro da ambulância
esperando para retornar ao hospital de sua cidade. De repente minha disse “a vó
está te chamando, ela quer falar contigo”. Enxuguei as lágrimas e fui até ela.
Ela me disse que me amava muito, que tudo ia ficar bem e finalizou com as
palavras mais simples que eu já tinha ouvido e que me marcaram profundamente: “Ora
por mim”. Saí da ambulância aos prantos.
Ela não era somente minha avó. Ela era a minha segunda mãe. Era a
pessoa que havia se dedicado a mim desde que eu era bebê, já que minha mãe
trabalhava como doméstica para me sustentar. São tantas lembranças... A questão
é que dois dias se passaram e eu recebi a notícia de que ela havia falecido. Isso
não era o pior. O pior é que eu não fiz o que ela me pediu a tempo. Eu não orei
por ela e nem sei por quê não orei. Até hoje carrego essa culpa. Ainda assim,
aprendi algo: nunca posso negar uma oração. Nunca se deve negar uma oração,
porque aquilo que pedimos com fé, crendo nós receberemos. E se não pedirmos,
corremos o risco de perder pra sempre a oportunidade de realizar o desejo de
nosso coração.
Até agora, não sei se o desejo do coração daquela moça que
encontrou-me, há sete meses, se realizou. Espero que sim. E mesmo que não tenha
se realizado, vai se realizar, porque eu pedi ao Senhor com fé. E foi a melhor
coisa que eu pude fazer. A parte que me coube foi orar, a parte que coube a
Deus foi responder minha oração. Não sei se ele já respondeu, mas um dia eu
creio que vou encontrar aquela moça e ela vai me dizer que recebeu seu filho de
volta.
E eu aprendo muito com cada erro e acerto. E até agora tudo o que eu
tenho pedido com fé, Deus tem me concedido. Não peço muita coisa, peço o
necessário. Minhas vitórias são fruto de pedidos, de orações minhas e de quem
me quer bem. Algumas coisas vão se realizando aos poucos, no decorrer do tempo
de Deus.
Terça-feira, 19 de maio
ResponderExcluirEscolhei . . . para vós a quem servireis. — Jos. 24:15.
Cada Testemunha de Jeová deve decidir como vai usar sua vida. Ninguém pode lhe dizer se deve se casar ou não, com quem vai se casar ou que trabalho vai escolher. Por exemplo, você vai escolher um trabalho que exija muito tempo de estudo? Alguns de vocês, jovens, moram em regiões pobres; outros, em cidades prósperas. Em todo o mundo, vocês diferem muito em personalidade, habilidades, experiência, interesses e alvos espirituais. Moisés, por exemplo, tinha todas as vantagens que a corte real oferecia, enquanto outros hebreus eram escravos. (Êxo. 1:13, 14; Atos 7:21, 22) Contudo, Moisés tomou a decisão correta. (Heb. 11:24-27) Jeová o ajuda a tomar boas decisões na juventude. Ele dá conselhos em forma de princípios que você pode aplicar à sua própria situação. (Sal. 32:8) Além disso, seus pais cristãos e os anciãos da congregação podem ajudá-lo a saber como aplicar esses princípios. — Pro. 1:8, 9.