sexta-feira, 25 de julho de 2014

Evangelho que acha ou que perde...?

O Senhor Jesus nos ensinou em Mateus 18, muitas coisas importantes que se voltam para a obra de Deus. O primeiro título é "Quem é o mais importante". Ele tomou como exemplo uma criança e disse que o mais importante é aquele que se humilha e torna-se igual a ela. Ok.
O título seguinte é: "O perigo do pecado", ponto-chave do que quero explorar neste texto. Quando ele fala em pecado, podemos pensar em muitas coisas, tais quais mentira, inveja, traição, roubo, etc. Mas na verdade, ele inicia este assunto falando daqueles que creem em Deus. Ele nos diz, no versículo 6: “quanto a estes pequeninos que creem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor que ela fosse jogada no lugar mais fundo do mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço.” Há todo um cuidado que se deve ter com aqueles que creem em Jesus. Esses pequeninos não se reduzem às crianças, mas também todos aqueles que de algum modo ainda não possuem uma fé fortalecida no evangelho de Cristo e que, portanto, podem ser afastados de Deus com muita facilidade.
O rei Salomão, no livro de Eclesiastes, nos revela algo muito sábio (estranho se não fosse) “uma coisa é certa: quanto mais falamos, mais tolices dizemos; e não ganhamos nada com isso” (6.11). Eu acrescento, para unir ao que estou tentando dizer, que em alguns casos, não só não ganhamos, como perdemos. Almas se perdem, quando falamos algo que não convém ou não sabemos como falar. E Jesus nos disse “ai do culpado”, “ai do mundo” ... Confesso que tenho medo dos “ais” de Jesus!
Seguindo no capítulo 18, o versículo 10 começa com “a ovelha perdida”. Este texto é muito conhecido dos cristãos, inclusive muitos hinos tratam deste trecho bíblico. Pois bem, “cuidado, não desprezem nenhum destes pequeninos!”. Deus não quer que ninguém se perca e, por isso, se uma ovelha se perder, tendo o pastor cem delas, deixa as noventa e nove pastando e vai em busca daquela. Ele fica feliz quando a traz de volta ao rebanho. O propósito de Jesus era esse “vir ao mundo e salvar os perdidos” e, se pensamos no que ele nos diz em João 14:12, “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas”, nosso propósito deve coincidir com o dele. Para que ele possa salvar o perdido, nós precisamos buscar esses perdidos, pois ele foi para o Pai e, em hipótese alguma, podemos permitir que eles abandonem a Cristo.
Logo, no versículo 15, temos “o irmão que peca”. Se alguém faz algo errado, devemos conversar com o irmão e mostrar que aquilo não é certo, mas em PARTICULAR. Bom é se a pessoa ouve e aceita. Se não aceitar, a ideia é tentar novamente, com a companhia de outros dois irmãos. Se ainda assim ela não aceitar, bom, o caso é mais sério, mas melhor não pensar nessa hipótese. Depois vêm outros dois textos, também de suma importância, mas me detenho até estes, para não me prolongar tanto e fugir do foco.
Jesus nos mostra que ele não rejeita nenhum que vem até ele. Desta forma, não aceita, também, que nenhum se perca. Nos dias de hoje, muitos se perdem porque não são aceitos tal como são, ou porque não são valorizados como deveriam. Pessoas novas entram e saem a todo momento da igreja, isso é “normal”. O que me questiono é “por que saem?”, qual foi o motivo para isso. Muitos creem que isso é normal e que, se saiu volta e se não voltar “Deus permitiu assim”. Eu não creio que seja assim. Creio que se Jesus estivesse aqui, ele correria para buscar aquele irmão que não foi no culto passado, antes que ele pudesse pensar em se perder. Mas o evangelho que eu tenho visto, que fique claro, não estou generalizando, é bem diferente do que Cristo pregou.
O irmão não foi no culto, ninguém se preocupa em ir atrás, em saber o que houve, nada. O pastor não se preocupa com a ovelha que se perdeu, porque as noventa e nove estão ali ainda. A tal “assistência espiritual” não existe. Não confundam o que digo, aqui, com se meter na vida alheia, não é isso. Também não é estar toda hora visitando a pessoa sem ser solicitado. O fato é que há sim a necessidade de ir atrás das almas para que não se percam e que aquelas já estão unidas a Cristo não venham a se perder novamente. A igreja não deve ser uma seleta, os cultos são feitos a Deus, mas que bom é quando um pecador se arrepende e vem para os caminhos do Senhor. É uma alma que movimenta o céu. Poderiam ser muito mais. Mas e aquela que se perdeu? E a outra? E a outra? E a outra? Ei! Muitas das cem não estão mais na casa do Pai! Não são aquelas noventa e nove. São outras, diferentes, novas. Mas e as velhas? E as que se perderam do grupo original? Onde andam? Pecando pelo mundo afora, errando, sofrendo, se despedaçando, longe dos caminhos de Deus. Temos que gerar frutos, senão a obra não está sendo feita de acordo com a vontade de Deus. A ideia é aumentar o número de ovelhas do rebanho, não substituir as velhas por novas.
Que muitas ovelhas iriam se perder, o próprio Jesus disse que ia acontecer. Não é por isso que vamos simplesmente entregar a satanás essas almas, que com tanto sacrifício na cruz Jesus comprou com seu sangue. Não podemos nos conformar com essas perdas. São almas. É cada uma das gotas de sangue que Jesus verteu, as quais nos dão a salvação, não só a nós, mas a essas almas. Amar as almas é o fundamento de uma igreja. Não adianta amar a fama, os aplausos, os convites, senão houver amor às almas. Não
acredito que seja necessário dar oportunidades para subir no púlpito pregar, cantar, dançar, etc., para que uma alma não se perca. Acredito que a assistência espiritual é o que mais importa. Se a pessoa busca uma cura, ela pode alcança-la através da oração dos irmãos. Se precisa de alimentos, a assistência social (de todo o corpo da igreja) pode dar os alimentos. Se está em casa, em depressão, algum irmão deve disponibilizar-se a visitá-la. O cargo ministerial de “assistência social/espiritual” não deve ser só para pedir alimentos a igreja em um culto x. É fazer o ide, é ir atrás das almas. Digo mais, não é só o pastor da igreja que deve fazer isso, o ide de Jesus foi ordenado a TODOS, não foi só para os pastores. Atender às viúvas e aos órfãos não é tarefa só dos pastores. É tarefa da igreja de Cristo.
É muito amor ao palco e pouca caridade à plateia. Acho totalmente inútil subir ao púlpito, tomar o microfone e dizer “vamos doar alimentos ao irmão x que está passando por necessidades”, se outros irmãos há muito tempo não estão na casa do Pai recebendo alimento espiritual e ninguém se importou. Acho inútil, cantar, dançar, pular, “profetar”, dentro da igreja e na hora do evangelismo “ah, não vou poder ir”.
Buscar as ovelhas perdidas não é tarefa de uns, é de todos. Se você não consegue achar as almas, mas consegue perder, preocupe-se. Se você consegue dançar e cantar, mas não consegue oferecer a salvação ao seu amigo que está com problemas, preocupe-se. O “ai” do Senhor, vai pesar sobre nós. E cada alma que se perde por falha nossa, é, também, culpa nossa.

Falo aqui como alguém que tentou fazer evangelismos, e que, por muitas vezes, foi podada. Falo também como alguém que muitas vezes deixou de achar essas almas por falta de maturidade espiritual. Falo como alguém que teme apresentar-se diante de Deus sem almas. Falo por mim. Falo por nós, povo de Deus! A salvação é para todos, não para uns e outros. É para TODOS!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Em primeiro lugar...o Reino de Deus!

Existem muitas coisas que buscamos antes do Reino e que nos bloqueiam, impedem ou, em menor grau, “atrasam” nossa jornada ao céu. Algumas delas são:
Maturidade: sou muito jovem para buscar o Reino de Deus e preocupar-me com as coisas do alto.
Formação acadêmica: preciso estudar muito, me formar e passar no concurso público para obter minha independência, ainda não é momento de buscar a Deus.
Promoção no emprego: tenho que trabalhar muito para conseguir minha promoção, não é tempo de buscar o Reino de Deus.
Bens materiais: depois que eu conseguir comprar meu carro, minha casa e um pé-de-meia, vou me preocupar com o Reino de Deus.
Relacionamento: já tenho minha casa, meus bens, agora minha meta é casar-me e formar a minha família, quem sabe mais tarde eu busco o Reino de Deus.
Estas são as principais prioridades na vida de muitos seres-humanos. Em meio a toda essa lista o tempo que (e se) sobra é muito pouco para buscar o Reino de Deus. Consequentemente, ele fica em último lugar na lista de buscas que fazemos. E se a busca pelo Reino de Deus for o último item de nossa lista, possivelmente a conquista das outras coisas não será suficiente para nossa realização ou talvez não seja do jeito que planejávamos.
Essas coisas não deveriam ser nossas prioridades, já que Deus nos afirma que ao buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus, as demais coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6.33). Elas são acréscimos. Foram feitas para ser acrescentadas por Deus em nossas vidas e não para serem buscadas. “Mas se eu não buscar um emprego, ele não cairá do céu”, ok. Concordo. Porém, se somos ansiosos e queremos fazer as coisas sem o consentimento de Deus, tentando ocupar o seu lugar de provedor e assim corremos grandes riscos de nos frustrarmos. Necessitamos fazer nossa parte sim, logo Deus faz a sua. Essa é a lógica, porém é necessário falar com Ele primeiro. Consultá-lo.
No momento em que entendemos que Deus é o centro de nossas vidas e tomamos decisões pensando sempre no Reino de Deus, em primeiro lugar, tudo, tudo, tudo, nos é acrescentado conforme as nossas necessidades. A teoria de que devemos pedir bênçãos e mais bênçãos pra Deus não tem sentido se não buscamos o seu reino antes. É preciso entender que a adoração a Deus atrai para nós as bênçãos dele.  Quer exemplos? Lá vai: Você precisa de algo como passar no vestibular/Enem, emprego, esposo/a, carro, casa, etc.? Sim, né? Então, antes, por exemplo, de entregar seu currículo, consagre-o ao Senhor. Antes de estudar e fazer aquela prova terrível que pode garantir a sua vaga na universidade, ore ao Senhor e peça-lhe inteligência. Procura uma esposa? Peça a Deus que lhe dê uma companheira para servi-lo e não deixá-lo cair durante a caminhada ao céu.
Buscar o Reino de Deus é muito mais fácil do que estar ansioso pelo que comer ou vestir. É mais fácil também do que ter um relacionamento frustrado. É mais fácil do que ter que contentar-se com uma vaga de emprego que não tem nada a ver com a sua vocação, mas que era "o que tinha no momento". Consagre ao Senhor tudo aquilo que você terá. Isso mesmo, terá. Os acréscimos vêm do jeitinho que você sempre sonhou, quando a busca pelo Reino de Deus foi a primeira coisa que você fez. Agradeça-o antes de receber. 
E, se porventura Deus não lhe deu aquilo como você exatamente queria, entenda que foi o melhor pra você. Os seus acréscimos são os melhores que alguém poderia lhe dar. Ele não tarda e não falha. Ele age no tempo certo, se você souber agir na ordem certa e esperar esse tempo. Lembre-se de Salomão. O que ele pediu a Deus em primeiro lugar? Sabedoria. E foi a seu melhor pedido. Buscou o Reino de Deus e recebeu de suas mãos toda a riqueza que um homem poderia ter, como “acréscimo” divino. Experimente preocupar-se menos e consagrar tudo ao Senhor. 

Imagem disponível em:
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Pedir com fé

Há mais ou menos sete meses, eu estava na igreja, fazendo a decoração para a festa da nossa banda. Era uma tarde insuportavelmente quente, lógico, era verão. Lembro que levei alguns louvores para ouvir, enquanto preparava cada detalhe das coisas. O som estava alto o suficiente para se ouvir da rua. De repente, uma moça parou em frente à igreja com um carrinho de sorvetes. Eu acreditei que ela queria oferecer sorvetes, mas ela deixou o carrinho e entrou na igreja vagarosamente. Eu me levantei e fui encontrá-la, para saber o que queria. Então ela me disse “Paz, irmã. Tem culto agora?”, respondi-lhe que não e contei o que estava fazendo ali. Logo ela me disse “A senhora pode orar por mim?”, falei que sim e oramos.
Na verdade, eu não sabia o que estava acontecendo com ela, mas orei. Simplesmente orei, como alguém que talvez não tivesse nada além de sua fé do tamanho de um grão de mostarda, mas que pedia a Deus “aquilo que pedimos com fé, crendo nós receberemos, como diz na tua palavra, Senhor”. Depois da oração ela contou-me alguns de seus problemas. Dentre eles, havia um que pesava mais que sua situação financeira, mais que o fato de estar longe da sua família, bem mais. O conselho tutelar havia tirado de seus braços seu filhinho de quase 2 anos, pois ela e seu esposo não tinham condições de criá-lo. Enfim, eu chorei muito. Tentei, sem experiência alguma para aquilo, confortá-la através da palavra de Deus. Ela me disse que sempre passava por meu bairro, especialmente na frente da minha igreja e que ela sempre estava fechada. Quando, desta vez, a viu aberta, sentiu que deveria entrar.
Depois de conversarmos um pouco, convidei-lhe para vir à festa, comprei uns picolés, ela se despediu e seguiu trabalhando abaixo do sol forte. Eu comentei isto com os jovens, alguns dias depois, quando pedi que alguém fizesse a oração para começar ou terminar a nossa reunião, não lembro bem, e alguns não aceitaram o pedido.
Hoje, lembrei desse dia, ao assistir ao filme “Cartas pra Deus”. Com certeza foi um dia muito marcante na minha vida. Não por ter feito uma oração por alguém. É que me fez lembrar um outro dia. O último dia em que estive com minha avó materna. Ela veio até o hospital e nós, minha mãe, minhas tias e eu, aguardávamos o resultado de seus exames. Minha avó tinha sofrido alguns anos por conta do câncer e agora, depois de sua suposta cura, estava sentindo dores fortes. Esperávamos que fosse alguma doença alternativa, mas infelizmente recebemos a notícia de que o câncer havia tomado conta de quase todos os seus órgãos. Eles estavam praticamente se deteriorando e sendo expelidos através de sua urina.
Eu estava chorando na frente do hospital e ela dentro da ambulância esperando para retornar ao hospital de sua cidade. De repente minha disse “a vó está te chamando, ela quer falar contigo”. Enxuguei as lágrimas e fui até ela. Ela me disse que me amava muito, que tudo ia ficar bem e finalizou com as palavras mais simples que eu já tinha ouvido e que me marcaram profundamente: “Ora por mim”. Saí da ambulância aos prantos.
Ela não era somente minha avó. Ela era a minha segunda mãe. Era a pessoa que havia se dedicado a mim desde que eu era bebê, já que minha mãe trabalhava como doméstica para me sustentar. São tantas lembranças... A questão é que dois dias se passaram e eu recebi a notícia de que ela havia falecido. Isso não era o pior. O pior é que eu não fiz o que ela me pediu a tempo. Eu não orei por ela e nem sei por quê não orei. Até hoje carrego essa culpa. Ainda assim, aprendi algo: nunca posso negar uma oração. Nunca se deve negar uma oração, porque aquilo que pedimos com fé, crendo nós receberemos. E se não pedirmos, corremos o risco de perder pra sempre a oportunidade de realizar o desejo de nosso coração.
Até agora, não sei se o desejo do coração daquela moça que encontrou-me, há sete meses, se realizou. Espero que sim. E mesmo que não tenha se realizado, vai se realizar, porque eu pedi ao Senhor com fé. E foi a melhor coisa que eu pude fazer. A parte que me coube foi orar, a parte que coube a Deus foi responder minha oração. Não sei se ele já respondeu, mas um dia eu creio que vou encontrar aquela moça e ela vai me dizer que recebeu seu filho de volta.
E eu aprendo muito com cada erro e acerto. E até agora tudo o que eu tenho pedido com fé, Deus tem me concedido. Não peço muita coisa, peço o necessário. Minhas vitórias são fruto de pedidos, de orações minhas e de quem me quer bem. Algumas coisas vão se realizando aos poucos, no decorrer do tempo de Deus.

Se precisas de algo, pede a Deus. Pede, não importa a hora e nem o lugar. Não importa a densidade do problema ou do sonho. O que importa é pedir-lhe com fé. Quer que eu ore por ti? Deixa teu comentário, não precisa dizer o que precisas/queres, o nosso Deus sabe do que precisamos!